Sinopse da Primeira Tabuleta
1. Selo de Endubsar, escriba mestre.
2. Sinopse da Primeira Tabuleta.
3. Lamentação sobre a desolação do Sumer.
4. Como fugiram os deuses de suas cidades à medida que se estendia
a nuvem nuclear.
5. As discussões no conselho dos deuses.
6. A fatídica decisão de liberar as Armas de Terror.
7. A origem dos deuses e as armas terríveis de Nibiru.
8. As guerras norte-sul de Nibiru, unificação e normas dinásticas.
9. Localização de Nibiru no sistema solar.
10. A evanescente atmosfera provoca mudanças climáticas.
11. Os esforços por obter ouro para evitar a debilitação da atmosfera.
12. Alalu, um usurpador, utiliza armas nucleares para agitar os gases
vulcânicos.
13. Anu, herdeiro dinástico, depõe Alalu.
14. Alalu rouba uma espaçonave e escapa de Nibiru.
15. Representações de Nibiru como planeta radiante.
A PRIMEIRA TABULETA
Palavras do senhor Enki, primogênito de Anu, que reina em Nibiru.
Pesando no espírito, profiro os lamentos; lamentos amargos que
enchem meu coração. Quão desolada está a terra, as pessoas
entregues ao Vento Maligno, seus estábulos abandonados, seus redis
vazios. Quão desoladas estão as cidades, as pessoas amontoadas
como cadáveres hirtos, afligidas pelo Vento Maligno. Quão desolados
estão os campos, murcha a vegetação, alcançada pelo Vento Maligno.
Quão desolados estão os rios, já nada vive neles, águas puras e
cintilantes convertidas em veneno. Das pessoas de negra cabeça,
Sumer está vazia, foi-se toda vida; de suas vacas e suas ovelhas,
Sumer está vazia, calado ficou o murmúrio do leite batido. Em suas
gloriosas cidades, só ulula o vento; a morte é o único aroma. Os
templos, cujas cúspides alcançavam o céu, por seus deuses foram
abandonados. Não há domínio de senhorio nem de realeza; cetro e tiara
desapareceram. Nas ribeiras dos dois grandes rios, em outro tempo
exuberantes e cheios de vida, só crescem as más ervas. Ninguém
percorre seus meio-fios, ninguém busca os caminhos; a florescente
Sumer é como um deserto abandonado. Quão desolada está a terra, lar
de deuses e homens! Nessa terra caiu a calamidade, uma calamidade
desconhecida para o homem. Uma calamidade que a Humanidade
nunca antes tinha visto, uma calamidade que não se pode deter. Em
todas as terras, do oeste até o este, pousou-se uma mão de quebra e
de terror. Os deuses, em suas cidades, estavam tão indefesos como os
homens!
Um Vento Maligno, uma tormenta nascida em uma distante planície,
uma Grande Calamidade forjada em seu atalho.
Um vento portador de morte nascido no oeste se encaminhou para o
este, estabelecido seu curso pela sorte.
Uma devoradora tormenta como o dilúvio, de vento e não de água
destruidora, de ar envenenado, não de ondas, entristecedora. Pela
sorte, que não pelo destino, engendrou-se; os grandes deuses, em seu
conselho, a Grande Calamidade provocaram. Enlil e Ninharsag o
permitiram; só eu estive suplicando para que se contivessem. Dia e
noite, por aceitar o que os céus decretam, argumentei, mas em vão!
Ninurta, o filho guerreiro de Enlil, e Nergal, meu próprio filho, liberaram
as venenosas armas na grande planície.
Não sabíamos que um Vento Maligno seguiria ao resplendor!, choram
eles agora em sua angústia. Quem podia predizer que a tormenta
portadora de morte, nascida no oeste, tomaria seu curso para o este?,
lamentam-se os deuses agora. Em suas cidades sagradas,
permaneceram os deuses, sem acreditar que o Vento Maligno tomaria
sua rota para o Sumer. Um após o outro, os deuses fugiram de suas
cidades, seus templos abandonaram ao vento. Em minha cidade, Eridú,
não pude fazer nada por deter a nuvem venenosa. Fujam a campo
aberto!, dava instruções às pessoas; com Ninki, minha esposa, a cidade
abandonei. Em sua cidade, Nippur, lugar do Enlace Céu-Terra, Enlil não
pôde fazer nada para detê-lo. O Vento Maligno se equilibrou sobre o
Nippur. Em sua nave celestial, Enlil e sua esposa partiram
apressadamente. No Ur, a cidade da realeza do Sumer, Nannar a
seu pai Enlil implorou ajuda; no lugar do templo que ao céu em sete
degraus se eleva, Nannar se negou a considerar a mão da sorte. Meu
pai, você que me engendrou, grande deus que a Ur concedeu a realeza,
não deixe entrar o Vento Maligno!, apelou Nannar. Grande deus que
decreta as sortes, deixa que Ur e seus habitantes se livrem, seus
louvores prosseguirão!, apelou Nannar. Enlil respondeu a seu filho
Nannar: Nobre filho, à sua admirável cidade concedi a realeza, mas não
lhe concedi reinado eterno. Toma a sua esposa Ningal e foge da cidade!
Nem sequer eu, que decreto as sortes, posso impedir seu destino!
Assim falou Enlil, meu irmão; ai, ai, que não era destino! O dilúvio não
tinha causado uma calamidade maior sobre deuses e terrestres; ai, que
não era destino! O Grande Dilúvio estava destinado a acontecer; mas
não a Grande Calamidade da tormenta portadora de morte. Por romper
uma promessa, por uma decisão do conselho foi provocada; pelas
Armas de Terror foi criada. Por uma decisão, que não pelo destino,
liberaram-se as armas venenosas; por deliberação se jogaram as
sortes. Contra Marduk, meu primogênito, dirigiram a destruição os dois
filhos; havia vingança em seus corações. Não tem que tomar Marduk o
poder!, gritou o primogênito de Enlil. Com as armas oporei a ele, disse
Ninurta. De entre o povo levantou um exército, para declarar a Babilônia
umbigo da Terra!, assim gritou Nergal, irmão de Marduk. No conselho
dos grandes deuses, palavras malévolas se difundiram. Dia e noite
levantei minha voz opositora; a paz aconselhei, deplorando as pressas.
Pela segunda vez, o povo tinha elevado sua imagem celeste; por que
opor-se a que continue?, perguntei implorando. Comprovaram-se todos
os instrumentos? Não tinha chegado a era de Marduk nos céus?, inquiri
uma vez mais. Ningishzidda, meu filho, outros signos do céu citou. Seu
coração, eu sabia, não podia perdoar a injustiça de Marduk contra ele.
Nannar, de Enlil na Terra nascido, também foi implacável. Marduk, de
meu templo na cidade do norte, sua própria morada tem feito! Assim
disse. Ishkur, o filho mais jovem de Enlil, exigiu um castigo; em minhas
terras, fez prostituir-se ao povo ante ele!, disse. Utu, filho de Nannar,
contra o filho de Marduk, Nabu, dirigiu sua ira: Tentou tomar o Lugar dos
Carros Celestiais! Inanna, gêmea de Utu, estava fora de si; seguia
exigindo o castigo de Marduk pelo assassinato de seu amado Dumuzi.
Ninharsag, mãe de deuses e homens, desviou a olhar. Por que não está
Marduk aqui? Disse simplesmente. Gibil, meu próprio filho, replicou
pessimista: Marduk tem desprezado a todos os rogos; pelos sinais do
céu reclama sua supremacia!
Só pelas armas será detido Marduk!, gritou Ninurta, primogênito de Enlil.
Utu estava preocupado pela segurança do Lugar dos Carros Celestiais;
não deve cair em mãos de Marduk! Assim disse. Nergal, senhor dos
Domínios Inferiores, exigia ferozmente: Que se utilizem as antigas
Armas de Terror para arrasar!
A meu próprio filho olhei sem poder acreditar nisso: Para irmão contra
irmão as armas de terror se abjuraram!
Em lugar do comum acordo, houve silêncio. No silêncio, Enlil abriu a
boca: Deve haver um castigo; como pássaros sem asas ficarão os
malfeitores. Marduk e Nabu, de nosso patrimônio nos estão privando;
há que lhes privar do Lugar dos Carros Celestiais! Que se calcine o
lugar até o esquecimento!, gritou Ninurta: me deixem ser O Que
Calcina! Excitado, Nergal ficou em pé e gritou: Que as cidades dos
malfeitores também sejam destruídas, me deixem arrasar as cidades
pecadoras, deixem que a partir de hoje meu nome seja o Aniquilador!
Os terrestres, por nós criados, não devem ser danificados; os justos
com os pecadores não devem perecer, exclamou energicamente.
Ninharsag, a companheira que me ajudou a criá-los, estava de acordo:
A questão somente tem que se resolver entre os deuses, o povo não
deve ser prejudicado. Anu, da morada celestial, estava prestando
atenção às discussões. Anu, que determina as sortes, sua voz fez
escutar desde sua morada celestial: Que as Armas de Terror sejam por
esta vez usadas, que o lugar das naves propulsadas seja arrasado, que
ao povo lhe perdoe. Que Ninurta seja o Calcinador, que Nergal seja
o Aniquilador! E assim Enlil a decisão anunciou. À eles um segredo dos
deuses revelarei; o lugar oculto das armas de terror lhes desvelarei. Os
dois filhos, um meu, um dele, em sua câmara interior Enlil convocou.
Nergal, quando voltou junto a mim, desviou o olhar. Ai!, gritei sem
palavras, o irmão se revoltou contra o irmão! Acaso por sorte têm que
repeti-los Tempos Prévios? Um segredo dos Tempos de Antigamente
os revelou Enlil a eles, as Armas de Terror a suas mãos confiou!
Enfeitadas de terror, com um resplendor se desataram; tudo o que
tocam, em um montão de pó o convertem. Para irmão contra irmão na
Terra foram abjuradas, nenhuma região afetar. Então, o juramento se
violou, como uma vasilha rota em inúteis partes. Os dois filhos, plenos
de gozo, com passos rápidos da câmara de Enlil emergiram, para a
partida das armas. Os outros deuses voltaram para suas cidades; sem
pressagiar nenhum deles sua própria calamidade!
Eis aqui o relato dos Tempos Prévios, e das Armas de Terror. Antes dos
Tempos Prévios foi o Princípio; depois dos Tempos Prévios foram os
Tempos de Antigamente. Nos Tempos de Antigamente, os deuses
chegaram à Terra e criaram os terrestres. Nos Tempos Prévios, nenhum
dos deuses estavam na Terra, nem se tinha feito ainda os terrestres.
Nos Tempos Prévios, a morada dos deuses estava em seu próprio
planeta; Nibiru é seu nome. Um grande planeta, avermelhado em
resplendor; ao redor do Sol, uma volta alargada faz Nibiru. Durante um
tempo, Nibiru está envolto no frio; durante parte de seu percurso, o
Sol fortemente o esquenta.
Uma grossa atmosfera envolve a Nibiru, alimentada continuamente com
erupções vulcânicas. Todo tipo de vida esta atmosfera mantém; sem
ela, tudo pereceria! No período frio, conserva no planeta o calor interno
de Nibiru, como um quente casaco que se renova constantemente. No
período quente, protege a Nibiru dos abrasadores raios do Sol. Em sua
metade, as chuvas agüentam e liberam, dando altura a lagos e rios.
Uma exuberante vegetação alimenta e protege nossa atmosfera; faz
brotar todo tipo de vida nas águas e na terra. Depois de eones de
tempo, brotou nossa própria espécie, por nossa própria essência
uma semente eterna para procriar. À medida que nosso número crescia,
nossos ancestrais se estenderam a muitas regiões de Nibiru. Alguns
cultivaram a terra, as criaturas de quatro patas apascentavam.
Uns viviam nas montanhas, outros fizeram seus lares nos vales. Houve
rivalidades, tiveram lugar usurpações; houve conflitos, e os paus se
converteram em armas. Os clãs se reuniram em tribos, e logo duas
grandes nações se enfrentaram entre si. A nação do norte contra a
nação do sul tomou as armas.
O que sustentava a mão para lançar projéteis se permutou; armas de
estrondo e resplendor incrementaram o terror. Uma guerra, larga e
feroz, devorou o planeta; irmão lutou contra irmão. Houve morte
e destruição, tanto no norte como no sul. Durante muitas órbitas, a
desolação reinou nas terras; toda vida foi dizimada. Depois, declarou-se
uma trégua; e mais tarde se fez a paz. Que as nações se
unam, disseram os emissários entre si: que haja um trono em Nibiru, um
rei que reine sobre todos. Que haja um líder do norte ou do sul eleito a
sortes, um rei supremo tem que ser. Se fosse do norte, que o sul
escolha a uma mulher para que seja sua esposa, em igualdade como
reina, para reinarem juntos. Se por sortes fora eleito um homem do
sul, que uma mulher do norte seja sua esposa. Que sejam marido e
mulher, para fazer uma só carne.
Que seu filho primogênito seja o sucessor; que uma dinastia unificada
seja assim formada, para estabelecer a unidade em Nibiru para sempre!
Em meio às ruínas se iniciou a paz. Norte e sul por matrimônio se
uniram.
O trono real em uma carne combinada, uma sucessão não interrompida
de realeza estabelecida! O primeiro rei depois da paz foi feito, um
guerreiro do norte foi um poderoso comandante. Por sortes, veraz e
justo, foi ele eleito; foram aceitos seus decretos na unidade. Para
morada dela, construiu uma esplêndida cidade; Agadé, que significa
Unidade, foi seu nome. Para seu reinado, um título real foi concedido;
An foi, o Celestial foi seu significado. Com braço forte, restabeleceu a
ordem nas terras; decretou leis e regulamentos.
Designou governadores para cada terra; a restauração e o cultivo foi
sua principal tarefa. Dele, nos anais reais, assim se registrou: An
unificou as terras, a paz em Nibiru restaurou. Construiu uma nova
cidade, os canais reparou, proveu alimento para o povo; houve
abundância nas terras. Por esposa dele, o sul escolheu uma donzela,
dotada tanto para o amor como para a luta. An.Tu foi seu título real; “A
Líder Que É Esposa de An”, significava engenhosamente o nome dado.
Deu a An três filhos e nenhuma filha. Ao primogênito pôs o nome de
An.Ki; Pelo An um Sólido Fundamento era seu significado.
Só no trono, esteve ele sentado; uma esposa a escolher foi duas vezes
proposta. Em seu reinado, as concubinas foram ao palácio; um filho não
lhe nasceu. A dinastia assim iniciada se interrompeu com a morte
de Anki; no fundamento, nenhum descendente seguiu. O filho médio,
não o primogênito, Herdeiro Legal foi renomado.
Desde sua juventude, um dos três irmãos, Ib foi chamado
amorosamente por sua mãe. Que Está em Médio significava seu nome.
Nos anais reais, An.Ib é renomado: Em realeza celestial;
durante gerações, “Que É Filho de An” significou seu nome. Aconteceu
a seu pai An no trono; em suma, foi o terceiro a reinar. A filha de seu
irmão pequeno escolheu por esposa. Nin.Ib foi chamada, “a Dama do
Ib”.
Ninib deu um filho a Anib; o sucessor do trono foi, o quarto da conta dos
reis. Pelo nome real de An.Shar.Gal desejou que lhe conhecesse;
Príncipe de An “Que É o Maior dos Príncipes” era o significado. Sua
esposa, uma meio-irmã, Ki.Shar.Gal foi chamada igualmente. O
conhecimento e a compreensão foi sua principal ambição; estudou
assiduamente os caminhos dos céus. Estudou a grande volta de Nibiru,
sua longitude fixou em um Shar. Como um ano de Nibiru era a medida,
por ele os reinados reais seriam numerados e registrados. Dividiu o
Shar em dez partes, desse modo declarou duas festividades.
Nas proximidades do Sol celebrou-se uma festividade do calor. Quando
Nibiru fazia sua morada na distância, se decretou a festividade do frio.
Substituindo a todas as festividades de antigamente de tribos e nações
para unificar o povo, se estabeleceram as duas. Leis de marido e
mulher, de filhos e filhas, estabeleceu por decreto; proclamou os
costumes das primeiras tribos para todo o país. Nas guerras, as
mulheres superavam em grande número aos homens. Decretos fez, um
homem tem que ter mais de uma mulher por conhecer. Por lei, uma
mulher tem que ser escolhida como esposa oficial, Primeira Esposa tem
que ser chamada. Por lei, o filho primogênito era o sucessor de seu pai.
Por estas leis, não demorou para chegar a confusão; se o filho
primogênito não era nascido da Primeira Esposa. E depois nascia um
filho da Primeira Esposa, convertendo-se por lei em Herdeiro Legal.
Quem será o sucessor: aquele que pela conta do Shars nasceu
primeiro? Aquele nascido da Primeira Esposa? O filho Primogênito? O
Herdeiro Legal? Quem herdará? Quem acontecerá? No reinado do
Anshargal, Kishargal foi declarada Primeira Esposa. Meia-irmã do rei
era. No reinado de Anshargal, levaram-se concubinas de novo ao
palácio. Das concubinas, nasceram-lhe filhos e filhas ao rei. Um filho de
uma foi o primeiro em nascer; o filho de uma concubina foi o
Primogênito. Depois, Kishargal teve um filho. Herdeiro Legal por lei era;
mas Primogênito não era. No palácio, Kishargal levantou a voz, irada
gritou:
Se pelas normas meu filho, de uma Primeira Esposa nascido, vê-se
privado da sucessão, que o dobro da semente não se esqueça! Embora
de diferentes mães, de um mesmo pai o rei e eu somos descendentes.
Eu sou a meio-irmã do rei; de mim, o rei é meio-irmão. Por isso, meu
filho possui o dobro de semente de nosso pai Anib! Que, na sucessão, a
Lei da Semente, a Lei do Desposório prevaleça! Que, na sucessão,
o filho de uma meio-irmã, quando queira que nasça, por cima de todos
outros filhos alcance a sucessão!
Anshargal, considerando-o, concedeu-lhe seu favor à Lei da Semente: A
confusão de esposa e concubinas, de matrimônio e divórcio, evitaria-se
com ela. Em seu conselho, os conselheiros reais adotaram a Lei
da Semente para a sucessão. Por ordem do rei, os escribas anotaram o
decreto. Assim foi proclamado o próximo rei pela Lei da Semente para a
sucessão. Foi-lhe concedido o nome real An.Shar. Foi o quinto no trono.
Vem agora o relato do reinado de Anshar e dos reis que lhe seguiram.
Quando se trocou a lei, os outros príncipes se enfrentaram. Houve
palavras, não houve rebelião. Como esposa, Anshar escolheu a
uma meia-irmã. Fez a sua Primeira Esposa; lhe chamou com o nome de
Ki.Shar. Assim foi, por esta lei, que a dinastia continuou.
No reinado de Anshar, os campos reduziram suas colheitas, frutos e
cereais perderam abundância. De tempos em tempos, na cercania do
Sol, o calor foi crescendo em força; nas moradas longínquas, o frio se
fez mais intenso. No Agadé, a cidade do trono, o rei reuniu em
assembléia àqueles de grande entendimento. À sábios eruditos, gente
de grande conhecimento, lhes ordenou investigar. A terra examinaram,
lagos e rios puseram a prova. Ocorreu antes, deu alguém uma resposta:
Nibiru, no passado, mais fria e mais cálida foi; Destino é isto, na volta de
Nibiru enraizado! Outros de conhecimento, observando a órbita, não
consideraram culpado o destino de Nibiru. Na atmosfera, fez-se uma
brecha; esse foi seu achado.
Os vulcões, ferreiros da atmosfera, lançavam ao céu menos erupções!
O ar de Nibiru se havia feito mais tênue, o escudo protetor tinha
diminuído! No reinado de Anshar e Kishar, fizeram aparição as pragas
do campo; não as podia vencer com trabalho. O filho de ambos,
En.Shar, ascendeu depois ao trono; da dinastia, era o sexto. “Nobre
Professor do Shar” significava seu nome. Com grande
entendimento nasceu, dominou muitos conhecimentos com muita
erudição. Procurou caminhos para dominar as aflições; da órbita celeste
de Nibiru, fez muito estudo. Pesquisava cinco membros da família do
Sol, planetas de deslumbrante beleza. Procurando remédios para as
aflições, fez examinar suas atmosferas. A cada um lhe deu um nome, a
antepassados ancestrais honrou; considerou-os como casais celestes
An e Antu, os planetas gêmeos, chamou os dois primeiros que foram
encontrados. Além da órbita de Nibiru, estavam Anshar e Kishar, por
seu tamanho os maiores. Como um mensageiro, Gaga entre os outros
corria, às vezes o primeiro em encontrar Nibiru. Cinco em total eram os
que recebiam a Nibiru no céu, enquanto circundava ao Sol.
Mais à frente, como uma fronteira, o Bracelete Esculpido circundava ao
Sol; como um guardião da região proibida do céu, com escombros
protegia. Outros filhos do Sol, quatro em número, defendiam da intrusão
do bracelete.
As atmosferas dos cinco primeiros ficaram a estudar Enshar. Em sua
volta repetida examinaram-se atentamente os cinco. Que atmosferas
possuíam, examinaram-se intensamente por observação e com carros
celestiais. Os achados foram surpreendentes, os descobrimentos
confusos. De volta em volta, a atmosfera de Nibiru mais brechas sofria.
Nos conselhos dos eruditos, os remédios se debatiam com avidez;
consideraram-se formas de enfaixar a ferida urgentemente. tentou-se
um novo escudo que envolvesse o planeta; tudo o que se lançou para
cima, caiu de volta ao chão.
Nos conselhos dos eruditos, estudaram-se as erupções dos vulcões. A
atmosfera, criou-se pelas erupções vulcânicas; sua ferida tinha tido
lugar pela diminuição de erupções. Que com invenções se
potencializem novas erupções, que os vulcões cuspam de novo!, estava
dizendo um grupo de sábios. Como alcançar a façanha, com que
ferramentas conseguir mais erupções, ninguém podia dar conta ao rei.
No reinado do Enshar, fez-se maior a brecha nos céus. As chuvas se
negavam, os ventos sopravam mais forte; os mananciais das
profundidades não emergiam. Nas terras, havia uma maldição; os peitos
das mães se secaram. No palácio, havia aflição; havia uma maldição ali
dentro. Como Primeira Esposa, Enshar desposou a uma meio-irmã,
seguindo-se à Lei da Semente. Nin.Shar foi chamada, dos Shars a
Dama. Um filho não teve. Por uma concubina, ao Enshar nasceu um
filho; foi o filho Primogênito. Pelo Ninshar, Primeira Esposa e meio-irmã,
não chegou um filho. Pela Lei de Sucessão, o filho da concubina subiu
ao trono; foi o sétimo em reinar. Du.Uru foi seu nome real; “No Lugar de
Morada Forjado” era seu significado; de fato, foi concebido na Casa das
Concubinas, não no palácio. Como esposa uma donzela amada desde
sua juventude escolheu Duuru; por amor, não por semente, selecionou
uma Primeira Esposa. Da.Uru foi seu nome real; “A Que Está a Meu
Lado” era o significado. Na corte real a confusão corria desenfreada. Os
filhos não eram herdeiros, as algemas não eram meio-irmãs. Na terra ia
crescendo o sofrimento. Os campos esqueceram sua abundância, e
entre o povo diminuiu a fertilidade. No palácio, a fertilidade estava
ausente; não tinham tido nem filho nem filha. Da semente de An, sete
foram os soberanos; depois, de sua semente se secou o trono. Dauru
encontrou a um menino na porta do palácio; como a um filho o abraçou.
Ao final, Duuru como a um filho o adotou, nomeou-o Herdeiro Legal;
Lahma, que significa “Secura”, foi o nome que lhe deu. No palácio, os
príncipes protestavam; no Conselho, havia queixa. Ao final, Lahma
subiu ao trono. Embora não era da semente de An, foi o oitavo em
reinar. Nos conselhos dos eruditos, deram-se duas sugestões para
sanar a brecha: alguém sugeriu o uso de um metal, ouro era seu nome.
Em Nibiru, era muito raro; dentro do Bracelete Esculpido era abundante.
Era a única substância que se podia moer até o pó mais fino; elevado
até o céu, podia ficar suspenso. Assim, com reaprovisionamentos, a
brecha se sanaria, haveria um melhor amparo. Que se construam naves
celestiais, que uma frota celestial traga o ouro a Nibiru!
Que se utilizem as Armas de Terror!, foi a outra sugestão; armas que
sacudam e afrouxem o chão, que gretem as montanhas; Atacar com
projéteis os vulcões, sua letargia remover, estimular suas erupções,
recarregar a atmosfera, fazer desaparecer a brecha! Lahma era fraco
para tomar uma decisão; não sabia que opção tomar.
Nibiru completou uma volta, dois Shars seguiu contando Nibiru. Nos
campos, a aflição não retrocedia. A atmosfera não se reparava com as
erupções vulcânicas. Passou um terceiro Shar, um quarto se contou.
Não se obtinha ouro. Os conflitos abundavam no reino; a comida e a
água escasseavam. A unidade se perdeu no reino; as acusações eram
abundantes. Na corte real, os sábios foram e vinham; os conselheiros
corriam acima e abaixo. Ao rei não prestavam atenção às suas
palavras. Só procurava conselho em sua esposa; Lahama era
seu nome. Se fosse o destino, supliquemos ao Grande Criador de Tudo,
ao rei, disse ela. Suplicar, não atuar, é a única esperança! Na corte real,
os príncipes estavam inquietos; dirigiam acusações ao rei: De
forma estúpida e absurda, está trazendo calamidades ainda maiores em
vez de paz! Dos antigos depósitos, se recuperaram as armas; havia
muito que falar de rebelião. Um príncipe, no palácio real, foi o primeiro
em tomar as armas. Com palavras de promessa, agitou aos outros
príncipes; Alalu era seu nome. Que Lahma já não seja mais o rei!,
gritou. Que a decisão substitua à vacilação! Venham, vamos desalentar
ao rei em sua morada; façamos que abandone o trono! Os príncipes
fizeram caso às suas palavras; as portas do palácio abriram com
violência; à sala do trono, sua entrada proibida, como águas em
avalanche chegaram. O rei escapou à torre do palácio; Alalu foi em sua
perseguição. Na torre houve luta; Lahma caiu morto. Lahma já não
está!, gritou Alalu. Já não está o rei, anunciou com alvoroço. À sala do
trono se dirigiu apressadamente Alalu, no trono ele mesmo se sentou.
Sem direito nem conselho, ele mesmo se proclamou rei. perdeu-se
a unidade no reino; uns se alegraram pela morte da Lahma, outros se
entristeceram pelo que tinha feito Alalu. Vem agora o relato do reinado
de Alalu e da ida à Terra. Perdeu-se a unidade no reino; muitos se
sentiam ofendidos sobre a realeza. No palácio, os príncipes estavam
agitados; no conselho, os conselheiros estavam turvados. De pai a filho,
a sucessão de An prosseguiu no trono; inclusive Lahma, o oitavo, tinha
sido declarado filho por adoção. Quem era Alalu? Acaso era um
Herdeiro Legal, era o Primogênito? Com que direito tinha usurpado o
trono? Não era o assassino do rei? Ante os Sete Que Julgam, foi
convocado Alalu para considerar sua sorte. Ante os Sete Que Julgam,
Alalu expôs suas pretensões: Ainda sem ser Herdeiro Legal nem filho
Primogênito, de semente real sim que era! Do Anshargal descendo,
ante os juízes reclamou. De uma concubina, meu antepassado nasceu;
Alam era seu nome. Por conta do Shars, Alam foi o primogênito; lhe
pertencia o trono. Por uma confabulação, deixou de lado seus direitos! A
Lei da Semente de um nada se inventou, para que seu filho obtivesse a
realeza. À Alam lhe privou da realeza; e ao filho dela, em seu lugar, foi
concedida. Por descendência, sou o continuador das gerações de Alam;
a semente do Anshargal está dentro de mim! Os Sete Que
Julgam tiveram em conta as palavras de Alalu. Ao Conselho de
Conselheiros passaram o assunto, para que dirimissem sua veracidade
ou falsidade. trouxeram-se os anais reais da Casa de Registros; com
muita atenção, leram-se.
An e Antu, o primeiro casal real estavam; três filhos e nenhuma filha
lhes nasceram. O Primogênito foi Anki; ele morreu no trono; não teve
descendência. Em seu lugar, o filho médio subiu ao trono; Anib foi
seu nome. Anshargal foi seu Primogênito; ao trono ascendeu. depois
dele, no trono, não continuou a realeza do Primogênito; A Lei de
Sucessão se substituiu pela Lei da Semente. O filho de uma concubina
era o Primogênito; pela Lei da Semente, lhe privava da realeza. Assim
lhe concedeu a realeza ao filho de Kishargal; sendo a razão ser meioirmã
do rei. Do filho da concubina, do Primogênito, os anais não faziam
menção. Dele sou descendente!, gritou Alalu aos conselheiros. Pela Lei
de Sucessão, pertencia à realeza; pela Lei de Sucessão, à realeza
tenho agora direito! Com vacilações, os conselheiros do Alalu exigiram
um juramento de verdade. Alalu prestou o juramento; como rei lhe
considerou o conselho. Convocaram aos anciões, convocaram aos
príncipes; ante eles, pronunciaram a decisão. De entre os príncipes, um
jovem príncipe se adiantou; queria dizer algo a respeito da realeza.
deveria-se reconsiderar a sucessão, disse à assembléia. Embora nem
Primogênito, nem filho da rainha, de pura semente descendo:
A essência do An se preservou em mim, sem diluir-se em concubina! Os
conselheiros escutaram suas palavras com surpresa; ao jovem príncipe
lhe disseram que se aproximasse. Perguntaram-lhe seu nome. É Anu;
por meu antepassado An fui assim renomado! Perguntaram-lhe por
suas gerações; dos três filhos do An, recordou-lhes: Anki foi
o Primogênito, sem filho nem filha morreu; Anib foi o médio, no lugar do
Anki subiu ao trono; Anib tomou por casamento à filha de seu irmão
menor; a partir deles, registra-se nos anais a sucessão. Quem foi
o irmão pequeno, filho do An e do Antu, da semente mais pura? Os
conselheiros, admirados, olhavam-se entre si. Enuru era seu nome!,
anunciou-lhes Anu: Ele foi meu grande antepassado! Sua esposa,
Ninuru, era uma meio-irmã; o filho dela foi o primogênito; Enama foi seu
nome. A esposa deste era uma meio-irmã, pelas leis de semente e
sucessão, um filho lhe deu. De descendentes puros continuaram as
gerações, por lei e por semente perfeitas! Anu, por nosso antepassado
An, puseram-me meus pais; Do trono se nos apartou; da semente pura
do An não nos apartou! Que Anu seja rei!, gritaram muitos conselheiros.
Que se destitua ao Alalu! Outros aconselharam cautela: Evitemos
conflitos, que prevaleça a unidade! Chamaram o Alalu, para lhe contar o
que foi descoberto. Ao príncipe Anu, Alalu lhe ofereceu seu braço em
abraço; ao Anu disse assim: Embora de diferente descendência, de um
único antepassado descendemos ambos; vivamos em paz,
juntos devolveremos a abundância a Nibiru! Me deixe conservar o trono,
conserva você a sucessão! Ao conselho dirigiu estas palavras: Que Anu
seja Príncipe Coroado, que ele seja meu sucessor! Que seu filho se
case com minha filha, que unifique-se a sucessão! Anu fez uma
reverência ante o conselho, ante a assembléia declarou assim: De
Alalu, o copeiro serei, seu sucessor à espera; meu filho a sua filha
escolherá como noiva. Essa foi a decisão do conselho; inscreveu-se nos
anais reais. Desta maneira, Alalu seguiu sentado no trono. Ele convocou
aos sábios, a eruditos e comandantes consultou; para decidir, obteve
muitos conhecimentos. Que se construam naves celestiais, decidiu,
para procurar ouro no Bracelete Esculpido, decidiu. Os Braceletes
Esculpidos destruíram as naves; nenhuma delas voltou. Que as Armas
de Terror abram as vísceras de Nibiru, que os vulcões voltem para a
erupção!, ordenou então. Armaram-se carros celestes com as Armas de
Terror, com projéteis de terror golpearam aos vulcões dos céus. As
montanhas se balançaram, os vales se estremeceram, enquanto
grandes resplendores estalavam com estrondo. Havia muito alvoroço no
reino; havia expectativas de abundância. No palácio, Anu era o copeiro
do Alalu. Ele se prostraria aos pés do Alalu, poria-lhe a taça na mão.
Alalu era o rei; a Anu tratava como a um servo. No reino, o alvoroço
se apagou; as chuvas se negavam a cair, os ventos sopravam com mais
força. As erupções dos vulcões não aumentavam, não sanava a brecha
na atmosfera. Nibiru seguia percorrendo suas voltas nos céus; de volta
em volta, o calor e o frio se faziam mais difíceis de suportar. O povo de
Nibiru deixou de venerar a seu rei; em vez de alívio, havia trazido
miséria! Alalu seguia sentado no trono. O forte e sábio Anu, o primeiro
entre os príncipes estava de pé ante ele. Prostraria-se ante os pés do
Alalu, poria-lhe a taça na mão. Durante nove períodos contados, Alalu
foi rei em Nibiru. No nono Shar, Anu apresentou batalha a Alalu.
Desafiou a Alalu à um combate mão à mão, com os corpos nus. Que o
vencedor seja rei, disse Anu. Lutaram entre si na praça pública; as
ombreiras das portas tremeram e as paredes se remexeram. Alalu
fincou a joelho, caiu sobre seu peito. Alalu foi derrotado em combate;
por aclamação, Anu foi proclamado rei.
Anu foi escoltado até o palácio; Alalu ao palácio não voltou. De entre as
massas, sigilosamente escapou; tinha medo de morrer como Lahma.
Sem que o reconhecessem, foi apressadamente até o lugar dos carros
celestiais. Alalu subiu a um carro armado de projéteis; fechou a
portinhola atrás dele. Entrou na câmara da parte dianteira; ocupou
o assento do comandante. Acendeu a luz, a câmara se encheu com
uma aura azulada.
Levantou as Pedras de Fogo; o zumbido destas, como a música, era
cativante. Avivou o Grande Quebrantador do carro; arrojava um
resplendor avermelhado. Sem ninguém precaver-se disso, Alalu
escapou de Nibiru na nave celestial. Para a gelada Terra pôs rumo
Alalu; por um segredo do Princípio, escolheu seu destino.
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