A SEGUNDA TABULETA
Para a gelada Terra pôs rumo Alalu; por um segredo do Princípio,
escolheu seu destino. Para as regiões proibidas se encaminhou Alalu;
ninguém tinha ido antes ali, ninguém tinha tentado cruzar o Bracelete
Esculpido.
Um segredo do Princípio tinha determinado o curso de Alalu, a sorte de
Nibiru punha em suas mãos, mediante um plano, faria sua realeza
universal!
Em Nibiru, o exílio era seguro, à mesma morte se arriscava.
Em seu plano, havia riscos na viagem; mas a glória eterna do êxito era
a recompensa!
Como uma águia, Alalu explorou os céus; abaixo, Nibiru era uma bola
suspensa no vazio.
Sua silhueta era atrativa, seu resplendor blasonava os céus
circundantes. Seu tamanho era enorme, cintilava o fogo de suas
erupções. Seu pacote sustentador de vida, seu tom avermelhado, era
como espuma marinha; Em sua metade, via-se a brecha, como uma
ferida escura.
Olhou para baixo de novo; a ampla brecha se converteu em uma
cubeta.
Voltou a olhar, a grande bola de Nibiru se converteu em uma fruta
pequena.
Olhando de novo, Nibiru tinha desaparecido no grande mar escuro.
O remorso se aferrou ao coração de Alalu, o medo o tinha entre suas
mãos; a decisão se permutou em dúvida.
Alalu considerou deter sua trajetória; depois, com audácia retornou à
decisão.
Cem léguas, mil léguas percorreu o carro; dez mil léguas viajou o carro.
Nos amplos céus, a escuridão foi a mais escura; na lonjura, as estrelas
distantes piscavam ante seus olhos. Mais léguas viajou Alalu e, logo,
seu olhar encontrou uma visão de grande alvoroço:
Na extensão dos céus, o emissário dos celestiais lhe dava as boas-vindas!
O pequeno Gaga, “Que Mostra o Caminho”, dava o bem-vindo a Alalu
com sua volta, até ele estendia seu bem-vindo.
Perambulando esvaído, estava destinado a viajar antes e depois do
celestial Antu, com o rosto para diante, com o rosto para trás, com dois
rostos estava dotado.
Sua aparição, ao ser o primeiro em receber a Alalu, considerou-o este
como um bom augúrio; pelos deuses celestiais é bem-vindo!, assim o
entendeu.
Em seu carro, Alalu seguiu o atalho de Gaga; até o segundo deus dos
céus se dirigia.
Logo o celestial Antu, o nome que lhe desse o Rei Enshar, divisou-se na
escuridão das profundidades; azul como as águas puras era sua cor;
das Águas Superiores era o começo.
Alalu ficou encantado com a beleza da visão; a certa distância continuou
seu percurso.
Na lonjura, o marido de Antu começou a brilhar, por tamanho igual ao
de Antu.
Como o dobro de sua esposa, por um verde azulado se distinguia ao
An. Uma fascinante multidão o circundava; de chãos firmes estavam
providos. Alalu lhes deu uma afetuosa despedida aos dois celestiais,
discernindo ainda o atalho de Gaga. Estava mostrando o atalho para
seu antigo senhor, do qual uma vez foi conselheiro: para o Anshar, o
Primeiro dos Príncipes dos céus, dirigia-se o percurso.
Acelerando o carro, Alalu pôde vencer a insidiosa atração do Anshar;
com anéis brilhantes de fascinantes cores enfeitiçava o carro!
Alalu dirigiu rapidamente o olhar a um lado, e desviou com força O Que
Mostra o Caminho.
Então, ante ele apareceu uma visão ainda mais temível: nos céus
longínquos, a estrela brilhante da família chegou a ver!
Uma visão mais atemorizadora seguiu à revelação:
Um monstro gigante, movendo-se em seu destino, arrojou uma sombra
sobre o Sol; Kishar se tragou a seu criador!
Pavoroso foi o acontecimento; um mau augúrio, pensou de fato Alalu. O
gigante Kishar, o primeiro dos Planetas Estáveis, tinha um tamanho
entristecedor.
Tormentas de redemoinhos obscureciam seu rosto, e moviam manchas
de cores daqui para lá;
Uma hoste inumerável, uns rápidos, outros lentos, circundavam ao deus
celestial.
Dificultosos eram seus caminhos, adiante e atrás se agitavam.
O mesmo Kishar lançou um feitiço, estava arrojando relâmpagos
divinos.
Enquanto Alalu observava, seu curso se viu afetado, distraiu-se sua
direção, seus atos se fizeram confusos.
Depois, o obscurecimento da profundidade começou a passar: Kishar
em seu destino prosseguiu sua volta.
Movendo-se lentamente, levantou seu véu sobre o Sol radiante; Aquele
do Princípio chegou a ver-se plenamente.
Mas a alegria do coração de Alalu não durou muito; mais à frente do
quinto planeta, espreitava o maior dos perigos, como já sabia.
O Bracelete Esculpido dominava mais adiante, era de esperar a
destruição!
De rochas e pedras estava composto, como órfãos sem mãe se
agrupavam.
Equilibrando-se por diante e por detrás, seguiam um destino passado.
Seus feitos eram detestáveis; difíceis seus atalhos.
Tinham devorado aos carros de exploração de Nibiru como leões
famintos; negavam-se a entregar o precioso ouro, necessário para a
sobrevivência. Para o Bracelete Esculpido se precipitou o carro de Alalu,
a enfrentar-se audazmente em estreito combate com as ferozes pedras.
Alalu atirou para cima com mais força as Pedras de Fogo de seu carro,
dirigiu “O Que Mostra o Caminho” com mão firme. As sinistras rochas
investiram contra o carro, como um inimigo ao ataque na batalha.
Alalu soltou do carro um projétil portador de morte para elas; e depois,
outra e outra, contra o inimigo, as armas de terror arrojou. Como
guerreiros assustados, as rochas retornaram, abrindo um atalho para
Alalu.
Como por feitiço, o Bracelete Esculpido abriu uma porta ao rei. Na
escura profundidade, Alalu pôde ver os céus com claridade; não foi
derrotado pela ferocidade do Bracelete, sua missão não tinha
terminado!
Na distância, a bola ígnea do Sol estendia seu resplendor; estava
emitindo raios de bem-vindo para Alalu.
Diante do Sol, um planeta pardo avermelhado percorria sua volta; era o
sexto na conta de deuses celestiais.
Alalu não pôde a não ser entrevê-lo: sobre seu predestinado percorrido,
apartava-se com rapidez do atalho de Alalu.
Depois, apareceu a gelada Terra, o sétimo na conta celestial. Alalu pôs
rumo ao planeta, para um destino mais tentador. Sua atrativa esfera era
menor que Nibiru, sua rede de atração era mais fraco que a de Nibiru.
Sua atmosfera era mais magra que a de Nibiru, nela se formavam
redemoinhos de nuvens.
Abaixo, a Terra estava dividida em três regiões: branco de neve no topo
e na base, azul e marrom entre elas. Com destreza, Alalu desdobrou as
asas de detenção do carro para circundar a bola da Terra.
Na região medeia, pôde discernir terra firme e oceanos aquosos. Dirigiu
para baixo o “Raio Que Penetra”, para detectar as interioridades da
Terra.
Consegui-o!, gritou estaticamente: Ouro, muito ouro, tinha indicado o
raio; estava por debaixo da região de cor escura, nas águas também
havia! Com o coração aos pulos no peito, Alalu estava tomando uma
decisão: faria descender seu carro sobre a terra seca, possivelmente
para explodir e morrer?
Poria rumo às águas, possivelmente para afundar-se no esquecimento?
Que caminho devia tomar para sobreviver?
Descobriria o valioso ouro? No assento da Águia, Alalu não se agitou;
em mãos da sorte confiou o carro.
Completamente cativo na rede atrativa da Terra, o carro se ia movendo
cada vez mais rápido. A asas estendidas se acenderam; a atmosfera da
Terra era como um forno.
Logo, o carro tremeu, emitindo um estrondo mortífero.
Abruptamente, o carro chocou, detendo-se de repente.
Sem sentido pela sacudida, aturdido pelo choque, Alalu ficou
imóvel. Logo, abriu os olhos e soube que estava entre os vivos; ao
planeta do ouro tinha chegado vitorioso.
Vem agora o relato da Terra e seu ouro; é um relato do Princípio, e de
como os deuses celestiais foram criados. No Princípio, quando no
Acima os deuses dos céus não tinham sido chamados a ser, e no Ki de
Abaixo, o Chão Firme ainda não tinha sido renomado, só no vazio
existia Apsu, seu Engendrador Primitivo.
Nas alturas do Acima, os deuses celestiais ainda não tinham sido
criados; nas águas do Abaixo, os deuses celestiais ainda não tinham
aparecido. Acima e Abaixo, os deuses ainda não tinham sido formados,
os destinos ainda não se tinham decretado.
Nenhum cano se formou ainda, nem terra pantanosa tinha aparecido;
Apsu, sozinho, reinava no vazio.
Depois, mediante os ventos do Apsu, as águas primitivas se mesclaram,
um hábil e divino conjuro lançou Apsu sobre as águas.
Sobre a profundidade do vazio, ele verteu um profundo sonho; Tiamat, a
Mãe de Tudo, forjou como esposa para si mesmo.
Uma mãe celestial, era certamente uma beleza aquosa! Junto a ele,
Apsu trouxe depois ao pequeno Mummu, como mensageiro seu o
nomeou, para fazer um presente a Tiamat.
Um presente resplandecente concedeu Apsu à sua esposa: um radiante
metal, o imperecível ouro, para que só ela o possuísse!
Depois foi quando os dois mesclaram suas águas, para que saíssem
entre eles os filhos divinos.
Varão e fêmea foram criados os celestiais; Lahmu e Lahamu por nomes
lhes deram.
No Abaixo, Apsu e Tiamat lhes fizeram uma morada. Antes que
tivessem crescido em idade e em estatura, em que as águas do Acima,
Anshar e Kishar foram formados, ultrapassando a seus irmãos em
tamanho. Os dois foram forjados como casal celestial; um filho, An, nos
céus distantes foi seu herdeiro. Depois, Antu, para ser sua esposa, foi
criada como igual de An; a morada de ambos se fez como fronteira das
Águas Superiores. Assim foram criadas três casais celestes, Abaixo e
Acima, nas profundidades; por seus nomes chamou-lhes, eles formaram
a família do Apsu com o Mummu e Tiamat.
Naquele tempo, Nibiru ainda não se via, a Terra ainda não tinha sido
chamada a ser. Estavam mescladas as águas celestes; ainda não
estavam separadas por um Bracelete Esculpido.
Naquele tempo, as voltas ainda não estavam de tudo desenhadas; os
destinos dos deuses ainda não estavam firmemente decretados; os
parentes celestiais se agrupavam; erráticos eram seus caminhos. Para
o Apsu, seus caminhos eram certamente detestáveis; Tiamat, sem
poder descansar, sentia-se ofendida e enfurecida. Uma multidão formou
para que partissem a seu lado, uma multidão rugiente e terrível criou
contra os filhos do Apsu. Em total, onze desta espécie criou; ela fez ao
primogênito, Kingu, chefe entre eles.
Quando os deuses celestiais ouviram isto, em conselho se reuniram.
Elevou ao Kingu, deu-lhe mando até o grau do An!, disseram-se entre
si.
Uma Tabuleta do Destino em seu peito pôs, para que se procure sua
própria volta, instruiu a seu vastago Kingu para combater contra os
deuses.
Quem resistirá a Tiamat?, Os deuses se perguntaram entre si.
Nenhum em suas voltas se adiantou, nenhum levaria uma arma para a
batalha.
Naquele tempo, no coração do Profundo foi engendrado um
deus, nasceu em uma Câmara de Sortes, um lugar dos destinos.
Um hábil Criador o forjou, era filho de seu próprio Sol.
Do Profundo, onde foi engendrado, o deus se separou de sua família
em um arrebatamento; com ele levava um presente de seu Criador, a
Semente de Vida.
Pôs rumo para o vazio; um novo destino estava procurando.
A primeira em espionar ao celestial errante foi a sempre atenta Antu.
Sua figura era atrativa, resplandecia radiante, senhoriais era seu andar,
extremamente grande era seu curso. De todos os deuses era o mais
elevado, sua volta ultrapassava às de outros. A primeira em vislumbrá-lo
foi Antu, de cujo peito nenhum filho tinha mamado.
Vêem, sei meu filho!, chamou-lhe. Deixa que seja sua mãe! Lhe arrojou
sua rede e lhe deu as boas-vindas, fez seu rumo adequado para o
propósito. Suas palavras encheram de orgulho o coração do recém-chegado; aquela que o criaria o fez altivo.
Sua cabeça até o dobro de seu tamanho cresceu; quatro membros a
seus lados brotaram.
Moveu seus lábios em reconhecimento, um fogo divino fulgurou entre
eles. Virou seu rumo para Antu, e não demorou para mostrar seu rosto a
An. Quando An o viu, Meu filho!, exaltado gritou.
Para a liderança te confiará! junto a ti, uma hoste serão seus servos!
Que Nibiru seja seu nome, conhecido para sempre como Cruzamento!
Ele se prostrou ante a Nibiru, voltou seu rosto ante o passo de Nibiru;
estendeu sua rede, quatro servos formou para Nibiru, para que fossem,
junto a ele, sua hoste: o Vento Sul, o Vento Norte, o Vento Leste, o
Vento Oeste.
Com o coração contente, An anunciou ao Anshar, seu predecessor, a
chegada de Nibiru.
Para ouvir isto, Anshar enviou a Gaga, que estava a seu lado, como
emissário. Palavras de sabedoria transmitiu a An, para atribuir uma
tarefa a Nibiru. Encarregou a Gaga que pusesse voz ao que havia em
seu coração, ao An lhe dizer assim: Tiamat, a que nos engendrou,
agora nos detesta; pôs em pé uma hoste de guerra, está enfurecida e
enche de ira. Contra os deuses, seus filhos, onze guerreiros partem a
seu lado; de entre eles, elevou ao Kingu, e o marcou no peito um
destino sem direito. Nenhum deus entre nós poderá sustentar-se frente
a sua malevolência, sua hoste pôs o medo em todos nós. Que Nibiru se
converta em nosso Vingador!
Que ele vença a Tiamat, que salve nossas vidas!
Para ele decretou uma sorte, que saia e siga em frente a nossa
poderosa inimizade!
Gaga partiu para An; prostrou-se ante ele e as palavras de Anshar
repetiu. An repetiu a Nibiru as palavras de seu predecessor, revelou-lhe
a mensagem de Gaga. Nibiru escutou maravilhado as palavras;
fascinado ouviu falar da mãe que devoraria a seus filhos.
Sem dizê-lo, seu coração já o tinha impulsionado a sair contra Tiamat.
Abriu a boca, e disse assim a An e a Gaga: Se para salvar suas vidas
tenho que vencer a Tiamat, convoquem os deuses em assembléia,
proclamem supremo meu destino! Que todos os deuses acordem em
conselho para me fazer o líder, submeter-se a meu mandato!
Quando Lahmu e Lahamu ouviram isto, gritaram angustiados: Estranha
era a demanda, não se pode compreender seu sentido!, disseram eles.
Os deuses que decretam as sortes consultaram entre si; Acessaram a
fazer de Nibiru seu vingador, para ele decretaram uma sorte exaltado; A
partir deste dia, inalteráveis serão seus mandatos!, disseram a ele.
Nenhum de entre nós os deuses transgredirão seus limites!
Vê, Nibiru, seja nosso Vingador!
Forjaram para ele uma volta principesca para que avançasse para
Tiamat; deram suas benções a Nibiru, e deram armas terríveis a Nibiru.
Anshar forjou três ventos mais de Nibiru: o Vento Maligno, o Torvelinho,
o Vento Sem Par.
Kishar encheu seu corpo com uma chama ardorosa, e uma rede para
envolver a Tiamat. Assim, preparado para a batalha, Nibiru pôs rumo
em direção a Tiamat.
Vem agora o relato da Batalha Celestial, e de como a Terra deveria ser,
e do destino de Nibiru.
O senhor saiu; estabelecido pelas sortes, seguiu seu rumo; a terrível
Tiamat encarou, com seus lábios pronunciou um conjuro.
Como manto de amparo, pôs em marcha o Pulsador e o Emissor; com
uma impressionante radiação foi coroada sua cabeça.
A sua direita, apostou no “Que Fere”; em sua esquerda, colocou o
“Repulsor”.
Os sete ventos, sua hoste de auxiliares, como uma tormenta enviou;
precipitou-se para a terrível Tiamat, com um clamor de batalha.
Os deuses formaram redemoinhos junto a ele, depois se separaram de
seu caminho, avançou sozinho para examinar a Tiamat e a seus
ajudantes, para fazer uma idéia dos planos de Kingu, o comandante de
sua hoste.
Quando viu o valente Kingu, lhe nublou a vista; enquanto olhava aos
monstros, lhe distraiu a direção, seu rumo se transtornou, seus atos se
confundiram.
O grupo de Tiamat a rodeava estreitamente, tremiam de terror.
Tiamat estremeceu suas raízes, um rugido poderoso emitiu; lançou um
feitiço sobre Nibiru, envolveu-o com seus encantos.
A sorte entre eles estava lançada, a batalha era inevitável!
Cara a cara se encontraram, Tiamat e Nibiru; avançavam um contra
outro aproximavam-se da batalha, procurando o singular combate.
O Senhor estendeu sua rede, para envolvê-la a lançou; Tiamat gritou
com fúria; como possuída, perdeu seus sentidos. O Vento Maligno, que
tinha estado atrás dele, a Nibiru adiantou, ante o rosto dela o soltou; ela
abriu a boca para tragar-se ao Vento Maligno, mas não pôde fechar os
lábios.
O Vento Maligno carregou contra seu ventre, abriu-se passo em suas
vísceras. Suas vísceras uivavam, seu corpo se dilatou, a boca lhe abriu.
Através da abertura, Nibiru disparou uma flecha brilhante, um
relâmpago divino.
A flecha lhe despedaçou as vísceras, fez-lhe pedaços o ventre; rasgou-lhe a matriz, partiu-lhe o coração.
Havendo-a submetido assim, ele extinguiu seu fôlego vital. Nibiru
contemplou o corpo sem vida, Tiamat era agora um cadáver
massacrado.
Junto à sua senhora sem vida, seus onze ajudantes tremiam de terror;
ficaram capturados na rede de Nibiru, incapazes como eram de fugir.
Kingu, a quem Tiamat fazia chefe de sua hoste, estava entre eles.
O Senhor lhe pôs grilhões, e a sua senhora sem vida o encadeou.
Arrebatou a Kingu as Tabuletas dos Destinos, que sem nenhum direito
lhe tinham dado, estampou-lhe seu próprio selo, sujeitou o Destino a
seu próprio peito. Ao resto do grupo de Tiamat os atou como cativos,
em sua própria volta os apanhou.
Pô-los sob seu pé, cortou-os em pedaços.
Atou-os a todos a sua volta; fez-lhes girar ao redor, com o rumo
investido. Depois, Nibiru partiu do Lugar da Batalha, anunciou a vitória
aos deuses que lhe tinham renomado. Deu a volta ao redor do Apsu,
para Kishar e Anshar viajou. Gaga saiu a lhe receber, e como arauto
para outros viajou depois além de An e Antu, Nibiru se encaminhou para
a Morada no Profundo.
Sobre a sorte da inerte Tiamat e do Kingu refletiu depois, a Tiamat, a
que tinha submetido, o Senhor Nibiru voltou mais tarde. encaminhou-se
para ela, deteve-se para ver seu corpo sem vida; esteve planejando em
seu coração dividir habilmente o monstro.
Depois, como um mexilhão, em duas partes a dividiu, separou o tronco
das partes inferiores.
Separou os canais internos dela, maravilhado contemplou suas veias
douradas. Pisando em sua parte posterior, o Senhor cortou
completamente a parte superior. O Vento Norte, seu ajudante, a seu
lado chamou, que se levasse a cabeça cerceada, ordenou-lhe ao Vento,
que a pusesse no vazio.
O Vento de Nibiru se abateu, pois, sobre Tiamat, varrendo suas
chorreantes água.
Nibiru disparou um raio, ao Vento Norte lhe deu um sinal; em um
resplendor, a parte superior de Tiamat foi levada a uma região
desconhecida.
Com ela, também foi exilado o encadeado Kingu, para que fora
companheiro da parte seccionada.
Depois, Nibiru refletiu sobre a sorte da parte posterior: queria que fosse
um troféu imperecível da batalha, um aviso constante nos céus, que
assinalasse o Lugar da Batalha.
Com sua maça, golpeou a parte posterior até fazê-la partes pequenas,
depois os enlaçou em uma banda até formar um Bracelete Esculpido,
entrelaçando-os, situou-os como guardiões, um Firmamento para dividir
as águas das águas.
As Águas Superiores por cima do Firmamento das Águas Inferiores
separou; assim forjou Nibiru suas hábeis obras.
Depois, o Senhor cruzou os céus para inspecionar as regiões; da zona
do Apsu até a morada de Gaga mediu as dimensões.
Deteve-se e vacilou; depois, retornou lentamente ao Firmamento, ao
Lugar da Batalha.
Passando de novo pela região do Apsu, na desaparecida esposa do
Sol, pensou com remorso.
Contemplou a metade ferida de Tiamat, prestou atenção à Parte
Superior; as águas de vida, generosas nela, das feridas seguiam
emanando, suas veias douradas refletiam os raios do Apsu. Da
Semente da Vida, do legado do Criador, lembrou-se então Nibiru.
Quando pôs seu pé sobre Tiamat, quando a partiu em pedaços, sem
dúvida repartiu a semente dela!
Nibiru se dirigiu ao Apsu, lhe dizendo assim: Com seus quentes raios,
dá saúde às feridas! Que à parte rota, nova vida lhe seja dada, que seja
em sua família como uma filha, que as águas em um lugar se reúnam,
que apareça terra firme! Por Terra firme que seja chamada, Ki será seu
nome a partir de agora! Apsu fez caso às palavras de Nibiru: Que a
Terra se una à minha família, Ki, Terra firme do Abaixo, que Terra seja
seu nome a partir de agora! Que, com seu giro, haja dia e haja noite;
nos dias, proverei-a com meus raios curadores!
Que Kingu seja uma criatura da noite, designarei-o para que brilhe na
noite companheira da Terra, para sempre Lua será! Nibiru escutou
satisfeito as palavras do Apsu. Nibiru cruzou os céus e inspecionou
as regiões, aos deuses que lhe tinham elevado concedeu posições
permanentes, destinou suas voltas para que nenhum transgredisse a de
outros nem ficasse curto.
Fortaleceu as eclusas celestes, pôs portas em ambos os lados. Uma
morada remota escolheu para si, além de Gaga estavam suas
dimensões.
Suplicou ao Apsu que decretasse para ele a grande volta como seu
destino. Todos os deuses levantaram sua voz desde suas posições:
Que a soberania de Nibiru seja sobressalente!
O mais radiante dos deuses é que seja na verdade o Filho do Sol!
Desde sua região, Apsu deu sua bênção: Nibiru manterá o cruzamento
de Céu e Terra; Cruzamento será seu nome!
Os deuses não cruzarão nem acima nem abaixo; Ele manterá a posição
central, será o pastor dos deuses.
Um Shar será sua volta; esse será seu Destino para sempre!
Vem agora o relato de como começaram os Tempos de Antigamente, e
da era que, nos Anais, foi conhecida pelo nome de Era Dourada, e
como foram as missões de Nibiru à Terra para obter ouro.
A fuga de Alalu desde Nibiru foi seu começo.
Alalu estava dotado de grande entendimento, muitos conhecimentos
tinha adquirido em sua aprendizagem. De seu antecessor Anshargal,
dos céus e das voltas tinha acumulado muitos conhecimentos, através
do Enshar, seus conhecimentos aumentaram grandemente; de tudo isso
aprendeu muito Alalu; com os sábios discutia, a eruditos e comandantes
consultava. Assim se determinaram os conhecimentos do Princípio,
assim possuiu Alalu estes conhecimentos. O ouro no Bracelete
Esculpido era a confirmação, o ouro no Bracelete Esculpido era o indício
de ouro na Parte Superior de Tiamat.
E ao planeta do ouro chegou Alalu vitoriosamente, com um choque
ensurdecedor de seu carro. Com um raio, explorou o lugar, para
descobrir seus arredores; seu carro descendeu em terra seca, ao fio de
amplas terras pantanosas aterrissou.
Ficou um casco de Águia, ficou um traje de Peixe.
Abriu a portinhola do carro; ante a portinhola aberta se deteve com
assombro.
Escuro era o chão, azul-branco eram os céus; não havia sons, ninguém
que lhe oferecesse as boas-vindas.
Estava sozinho em um planeta estranho, possivelmente exilado para
sempre de Nibiru!
Baixou a terra, sobre o escuro estou acostumado a pôr o pé; havia
colinas na distância; nas cercanias, havia muita vegetação.
Ante ele, havia terras pantanosas, nelas se introduziu; com o frio de
suas águas se estremeceu.
Voltou para chão seco; estava sozinho em um planeta estranho! Viu-se
possuído por seus pensamentos, esposa e descendentes com nostalgia
recordava; estaria exilado de Nibiru para sempre? Perguntava-se isto
uma e outra vez.
Não demorou para voltar para o carro, com alimento e bebida para
manter-se. Depois, venceu-lhe um profundo sonho, uma poderosa
vontade de dormir. Quanto tempo esteve dormindo, não podia recordá-lo; tampouco podia dizer o que o tinha despertado.
Fora havia muito resplendor, um resplendor nunca visto em Nibiru.
Estendeu um pau do carro; com um Provador estava equipado. O
Provador respirou o ar do planeta; indicou sua compatibilidade! Abriu a
portinhola do carro, com a portinhola aberta tomou ar. Outra vez tomou
ar, e outra e outra; certamente, o ar de Ki era compatível!
Alalu aplaudiu, ficou a cantar uma alegre canção. Sem o casco de
Águia, sem o traje de Peixe, baixou até o chão. O resplendor do exterior
cegava; os raios do Sol o afligiam! Voltou para o carro, colocou
uma máscara para os olhos. Tomou a arma portátil, agarrou o prático
Tomador de Amostras. Baixou à terra, sobre o escuro estou
acostumado a pôs o pé. Encaminhou-se para os atoleiros; escuras e
esverdeadas eram as águas. Na margem do pântano havia calhaus;
Alalu tomou um calhau, jogou-o no pântano.
Seus olhos vislumbraram um movimento no pântano: as águas estavam
cheias de peixes!
Introduziu o Tomador de Amostras no pântano, para considerar as
turvas águas; a água não era adequada para beber, descobriu Alalu
muito decepcionado. afastou-se dos pântanos, e foi em direção às
colinas. Passou através da vegetação; os arbustos davam passo às
árvores.
O lugar era como uma horta, as árvores estavam carregadas de frutos.
Seduzido por seu doce aroma, Alalu tomou uma fruta; a pôs na boca.
Se doce era seu aroma, mais doce era seu sabor! Alalu se deleitou
enormemente.
Alalu caminhava evitando os raios do Sol, dirigindo-se para as colinas.
Entre as árvores, sentiu umidade sob seus pés, um sinal de águas
próximas.
Pôs rumo em direção à umidade; na metade do bosque havia um lago,
uma lacuna de águas silenciosas.
Inundou o Tomador de Amostras na lacuna, a água era boa para beber!
Alalu riu; uma risada sem fim fez presa nele.
O ar era bom, a água era apta para beber; havia fruta, havia peixes!
Entusiasmado, Alalu se agachou, juntou as mãos fazendo uma terrina,
levou água até sua boca.
A água tinha frescura, um sabor diferente da água de Nibiru.
Bebeu uma vez mais e logo, assustado, deu um salto: podia escutar um
resmungo; um corpo se deslizava pela borda da lacuna!
Aferrou a arma portátil, dirigiu uma rajada de seu raio para o que
assobiava.
O que se movia se deteve, o assobio terminou.
Alalu se adiantou para examinar o perigo.
O corpo que se deslizava estava imóvel; a criatura estava morta, uma
visão da mais estranha: seu comprido corpo era como uma corda, sem
mãos nem pés era o corpo; havia olhos ferozes em sua pequena
cabeça, fora da boca pendurava uma larga língua.
Algo que nunca antes tinha visto em Nibiru, uma criatura de outro
mundo!
Seria o guardião da horta? Meditou Alalu para si mesmo. Seria o dono
da água? Perguntou-se.
Pôs água em um recipiente que levava; muito alerta, empreendeu o
caminho até seu carro.
Também tomou as frutas doces; para o carro se encaminhou.
A brilhantismo dos raios do Sol tinha diminuído enormemente; era
escuro quando chegou ao carro.
Alalu refletiu sobre a brevidade do dia, sua brevidade lhe surpreendeu.
Sobre os pântanos, uma fria luminosidade se elevava no horizonte.
Não demorou para elevar-se nos céus uma esfera esbranquiçada:
Kingu, o companheiro da Terra, estava contemplando.
O que nos relatos do Princípio, seus olhos podiam ver agora a verdade:
os planetas e suas voltas, o Bracelete Esculpido, Ki, a Terra, Kingu, sua
lua, todos foram criados, todos por seus nomes chamados!
Em seu coração, Alalu conhecia uma verdade mais que era necessário
contemplar: o ouro, o meio para a salvação, era necessário encontrá-lo.
Se havia verdade nos relatos do Princípio, se foram as águas as que
lavaram as veias douradas de Tiamat, nas águas de Ki, sua metade
cerceada, encontraria-se o ouro!
Com mãos vacilantes, Alalu desmontou o Provador do pau do carro.
Com mãos trementes, vestiu o traje de Peixe, esperando ansioso a
rápida chegada da luz diurna.
Ao nascer o dia, saiu do carro, aos pântanos rapidamente se
encaminhou.
Introduziu-se em águas mais profundas, inundou o Provador nas águas.
Ansioso observava sua iluminada face, o coração lhe golpeava no peito.
O Provador indicava os conteúdos da água, com símbolos e números
desvelava seus achados.
E, depois, o batimento do coração de Alalu se deteve: Há ouro nas
águas, estava dizendo o Provador!
Instável sobre suas pernas, Alalu se adiantou, dirigiu-se para o mais
profundo do pântano.
Uma vez mais, inundou o Provador nas águas; uma vez mais, o
Provador anunciou ouro!
Um grito, um grito de triunfo, da garganta do Alalu emanou: a sorte de
Nibiru estava agora em suas mãos!
De volta ao carro se dirigiu, tirou o traje de Peixe, ocupou o assento do
comandante.
Animou as Tabuletas dos Destinos que conhecem todas as voltas, para
encontrar a direção para a volta de Nibiru.
Levantou o Falador de Palavras, para levar as palavras a Nibiru.
Depois, para Nibiru pronunciou as palavras, dizendo assim: As palavras
do grande Alalu para Anu em Nibiru se dirigem. Em outro mundo estou,
encontrei o ouro da salvação; a sorte de Nibiru está em minhas mãos;
deve escutar minhas condições!
Para a gelada Terra pôs rumo Alalu; por um segredo do Princípio,
escolheu seu destino. Para as regiões proibidas se encaminhou Alalu;
ninguém tinha ido antes ali, ninguém tinha tentado cruzar o Bracelete
Esculpido.
Um segredo do Princípio tinha determinado o curso de Alalu, a sorte de
Nibiru punha em suas mãos, mediante um plano, faria sua realeza
universal!
Em Nibiru, o exílio era seguro, à mesma morte se arriscava.
Em seu plano, havia riscos na viagem; mas a glória eterna do êxito era
a recompensa!
Como uma águia, Alalu explorou os céus; abaixo, Nibiru era uma bola
suspensa no vazio.
Sua silhueta era atrativa, seu resplendor blasonava os céus
circundantes. Seu tamanho era enorme, cintilava o fogo de suas
erupções. Seu pacote sustentador de vida, seu tom avermelhado, era
como espuma marinha; Em sua metade, via-se a brecha, como uma
ferida escura.
Olhou para baixo de novo; a ampla brecha se converteu em uma
cubeta.
Voltou a olhar, a grande bola de Nibiru se converteu em uma fruta
pequena.
Olhando de novo, Nibiru tinha desaparecido no grande mar escuro.
O remorso se aferrou ao coração de Alalu, o medo o tinha entre suas
mãos; a decisão se permutou em dúvida.
Alalu considerou deter sua trajetória; depois, com audácia retornou à
decisão.
Cem léguas, mil léguas percorreu o carro; dez mil léguas viajou o carro.
Nos amplos céus, a escuridão foi a mais escura; na lonjura, as estrelas
distantes piscavam ante seus olhos. Mais léguas viajou Alalu e, logo,
seu olhar encontrou uma visão de grande alvoroço:
Na extensão dos céus, o emissário dos celestiais lhe dava as boas-vindas!
O pequeno Gaga, “Que Mostra o Caminho”, dava o bem-vindo a Alalu
com sua volta, até ele estendia seu bem-vindo.
Perambulando esvaído, estava destinado a viajar antes e depois do
celestial Antu, com o rosto para diante, com o rosto para trás, com dois
rostos estava dotado.
Sua aparição, ao ser o primeiro em receber a Alalu, considerou-o este
como um bom augúrio; pelos deuses celestiais é bem-vindo!, assim o
entendeu.
Em seu carro, Alalu seguiu o atalho de Gaga; até o segundo deus dos
céus se dirigia.
Logo o celestial Antu, o nome que lhe desse o Rei Enshar, divisou-se na
escuridão das profundidades; azul como as águas puras era sua cor;
das Águas Superiores era o começo.
Alalu ficou encantado com a beleza da visão; a certa distância continuou
seu percurso.
Na lonjura, o marido de Antu começou a brilhar, por tamanho igual ao
de Antu.
Como o dobro de sua esposa, por um verde azulado se distinguia ao
An. Uma fascinante multidão o circundava; de chãos firmes estavam
providos. Alalu lhes deu uma afetuosa despedida aos dois celestiais,
discernindo ainda o atalho de Gaga. Estava mostrando o atalho para
seu antigo senhor, do qual uma vez foi conselheiro: para o Anshar, o
Primeiro dos Príncipes dos céus, dirigia-se o percurso.
Acelerando o carro, Alalu pôde vencer a insidiosa atração do Anshar;
com anéis brilhantes de fascinantes cores enfeitiçava o carro!
Alalu dirigiu rapidamente o olhar a um lado, e desviou com força O Que
Mostra o Caminho.
Então, ante ele apareceu uma visão ainda mais temível: nos céus
longínquos, a estrela brilhante da família chegou a ver!
Uma visão mais atemorizadora seguiu à revelação:
Um monstro gigante, movendo-se em seu destino, arrojou uma sombra
sobre o Sol; Kishar se tragou a seu criador!
Pavoroso foi o acontecimento; um mau augúrio, pensou de fato Alalu. O
gigante Kishar, o primeiro dos Planetas Estáveis, tinha um tamanho
entristecedor.
Tormentas de redemoinhos obscureciam seu rosto, e moviam manchas
de cores daqui para lá;
Uma hoste inumerável, uns rápidos, outros lentos, circundavam ao deus
celestial.
Dificultosos eram seus caminhos, adiante e atrás se agitavam.
O mesmo Kishar lançou um feitiço, estava arrojando relâmpagos
divinos.
Enquanto Alalu observava, seu curso se viu afetado, distraiu-se sua
direção, seus atos se fizeram confusos.
Depois, o obscurecimento da profundidade começou a passar: Kishar
em seu destino prosseguiu sua volta.
Movendo-se lentamente, levantou seu véu sobre o Sol radiante; Aquele
do Princípio chegou a ver-se plenamente.
Mas a alegria do coração de Alalu não durou muito; mais à frente do
quinto planeta, espreitava o maior dos perigos, como já sabia.
O Bracelete Esculpido dominava mais adiante, era de esperar a
destruição!
De rochas e pedras estava composto, como órfãos sem mãe se
agrupavam.
Equilibrando-se por diante e por detrás, seguiam um destino passado.
Seus feitos eram detestáveis; difíceis seus atalhos.
Tinham devorado aos carros de exploração de Nibiru como leões
famintos; negavam-se a entregar o precioso ouro, necessário para a
sobrevivência. Para o Bracelete Esculpido se precipitou o carro de Alalu,
a enfrentar-se audazmente em estreito combate com as ferozes pedras.
Alalu atirou para cima com mais força as Pedras de Fogo de seu carro,
dirigiu “O Que Mostra o Caminho” com mão firme. As sinistras rochas
investiram contra o carro, como um inimigo ao ataque na batalha.
Alalu soltou do carro um projétil portador de morte para elas; e depois,
outra e outra, contra o inimigo, as armas de terror arrojou. Como
guerreiros assustados, as rochas retornaram, abrindo um atalho para
Alalu.
Como por feitiço, o Bracelete Esculpido abriu uma porta ao rei. Na
escura profundidade, Alalu pôde ver os céus com claridade; não foi
derrotado pela ferocidade do Bracelete, sua missão não tinha
terminado!
Na distância, a bola ígnea do Sol estendia seu resplendor; estava
emitindo raios de bem-vindo para Alalu.
Diante do Sol, um planeta pardo avermelhado percorria sua volta; era o
sexto na conta de deuses celestiais.
Alalu não pôde a não ser entrevê-lo: sobre seu predestinado percorrido,
apartava-se com rapidez do atalho de Alalu.
Depois, apareceu a gelada Terra, o sétimo na conta celestial. Alalu pôs
rumo ao planeta, para um destino mais tentador. Sua atrativa esfera era
menor que Nibiru, sua rede de atração era mais fraco que a de Nibiru.
Sua atmosfera era mais magra que a de Nibiru, nela se formavam
redemoinhos de nuvens.
Abaixo, a Terra estava dividida em três regiões: branco de neve no topo
e na base, azul e marrom entre elas. Com destreza, Alalu desdobrou as
asas de detenção do carro para circundar a bola da Terra.
Na região medeia, pôde discernir terra firme e oceanos aquosos. Dirigiu
para baixo o “Raio Que Penetra”, para detectar as interioridades da
Terra.
Consegui-o!, gritou estaticamente: Ouro, muito ouro, tinha indicado o
raio; estava por debaixo da região de cor escura, nas águas também
havia! Com o coração aos pulos no peito, Alalu estava tomando uma
decisão: faria descender seu carro sobre a terra seca, possivelmente
para explodir e morrer?
Poria rumo às águas, possivelmente para afundar-se no esquecimento?
Que caminho devia tomar para sobreviver?
Descobriria o valioso ouro? No assento da Águia, Alalu não se agitou;
em mãos da sorte confiou o carro.
Completamente cativo na rede atrativa da Terra, o carro se ia movendo
cada vez mais rápido. A asas estendidas se acenderam; a atmosfera da
Terra era como um forno.
Logo, o carro tremeu, emitindo um estrondo mortífero.
Abruptamente, o carro chocou, detendo-se de repente.
Sem sentido pela sacudida, aturdido pelo choque, Alalu ficou
imóvel. Logo, abriu os olhos e soube que estava entre os vivos; ao
planeta do ouro tinha chegado vitorioso.
Vem agora o relato da Terra e seu ouro; é um relato do Princípio, e de
como os deuses celestiais foram criados. No Princípio, quando no
Acima os deuses dos céus não tinham sido chamados a ser, e no Ki de
Abaixo, o Chão Firme ainda não tinha sido renomado, só no vazio
existia Apsu, seu Engendrador Primitivo.
Nas alturas do Acima, os deuses celestiais ainda não tinham sido
criados; nas águas do Abaixo, os deuses celestiais ainda não tinham
aparecido. Acima e Abaixo, os deuses ainda não tinham sido formados,
os destinos ainda não se tinham decretado.
Nenhum cano se formou ainda, nem terra pantanosa tinha aparecido;
Apsu, sozinho, reinava no vazio.
Depois, mediante os ventos do Apsu, as águas primitivas se mesclaram,
um hábil e divino conjuro lançou Apsu sobre as águas.
Sobre a profundidade do vazio, ele verteu um profundo sonho; Tiamat, a
Mãe de Tudo, forjou como esposa para si mesmo.
Uma mãe celestial, era certamente uma beleza aquosa! Junto a ele,
Apsu trouxe depois ao pequeno Mummu, como mensageiro seu o
nomeou, para fazer um presente a Tiamat.
Um presente resplandecente concedeu Apsu à sua esposa: um radiante
metal, o imperecível ouro, para que só ela o possuísse!
Depois foi quando os dois mesclaram suas águas, para que saíssem
entre eles os filhos divinos.
Varão e fêmea foram criados os celestiais; Lahmu e Lahamu por nomes
lhes deram.
No Abaixo, Apsu e Tiamat lhes fizeram uma morada. Antes que
tivessem crescido em idade e em estatura, em que as águas do Acima,
Anshar e Kishar foram formados, ultrapassando a seus irmãos em
tamanho. Os dois foram forjados como casal celestial; um filho, An, nos
céus distantes foi seu herdeiro. Depois, Antu, para ser sua esposa, foi
criada como igual de An; a morada de ambos se fez como fronteira das
Águas Superiores. Assim foram criadas três casais celestes, Abaixo e
Acima, nas profundidades; por seus nomes chamou-lhes, eles formaram
a família do Apsu com o Mummu e Tiamat.
Naquele tempo, Nibiru ainda não se via, a Terra ainda não tinha sido
chamada a ser. Estavam mescladas as águas celestes; ainda não
estavam separadas por um Bracelete Esculpido.
Naquele tempo, as voltas ainda não estavam de tudo desenhadas; os
destinos dos deuses ainda não estavam firmemente decretados; os
parentes celestiais se agrupavam; erráticos eram seus caminhos. Para
o Apsu, seus caminhos eram certamente detestáveis; Tiamat, sem
poder descansar, sentia-se ofendida e enfurecida. Uma multidão formou
para que partissem a seu lado, uma multidão rugiente e terrível criou
contra os filhos do Apsu. Em total, onze desta espécie criou; ela fez ao
primogênito, Kingu, chefe entre eles.
Quando os deuses celestiais ouviram isto, em conselho se reuniram.
Elevou ao Kingu, deu-lhe mando até o grau do An!, disseram-se entre
si.
Uma Tabuleta do Destino em seu peito pôs, para que se procure sua
própria volta, instruiu a seu vastago Kingu para combater contra os
deuses.
Quem resistirá a Tiamat?, Os deuses se perguntaram entre si.
Nenhum em suas voltas se adiantou, nenhum levaria uma arma para a
batalha.
Naquele tempo, no coração do Profundo foi engendrado um
deus, nasceu em uma Câmara de Sortes, um lugar dos destinos.
Um hábil Criador o forjou, era filho de seu próprio Sol.
Do Profundo, onde foi engendrado, o deus se separou de sua família
em um arrebatamento; com ele levava um presente de seu Criador, a
Semente de Vida.
Pôs rumo para o vazio; um novo destino estava procurando.
A primeira em espionar ao celestial errante foi a sempre atenta Antu.
Sua figura era atrativa, resplandecia radiante, senhoriais era seu andar,
extremamente grande era seu curso. De todos os deuses era o mais
elevado, sua volta ultrapassava às de outros. A primeira em vislumbrá-lo
foi Antu, de cujo peito nenhum filho tinha mamado.
Vêem, sei meu filho!, chamou-lhe. Deixa que seja sua mãe! Lhe arrojou
sua rede e lhe deu as boas-vindas, fez seu rumo adequado para o
propósito. Suas palavras encheram de orgulho o coração do recém-chegado; aquela que o criaria o fez altivo.
Sua cabeça até o dobro de seu tamanho cresceu; quatro membros a
seus lados brotaram.
Moveu seus lábios em reconhecimento, um fogo divino fulgurou entre
eles. Virou seu rumo para Antu, e não demorou para mostrar seu rosto a
An. Quando An o viu, Meu filho!, exaltado gritou.
Para a liderança te confiará! junto a ti, uma hoste serão seus servos!
Que Nibiru seja seu nome, conhecido para sempre como Cruzamento!
Ele se prostrou ante a Nibiru, voltou seu rosto ante o passo de Nibiru;
estendeu sua rede, quatro servos formou para Nibiru, para que fossem,
junto a ele, sua hoste: o Vento Sul, o Vento Norte, o Vento Leste, o
Vento Oeste.
Com o coração contente, An anunciou ao Anshar, seu predecessor, a
chegada de Nibiru.
Para ouvir isto, Anshar enviou a Gaga, que estava a seu lado, como
emissário. Palavras de sabedoria transmitiu a An, para atribuir uma
tarefa a Nibiru. Encarregou a Gaga que pusesse voz ao que havia em
seu coração, ao An lhe dizer assim: Tiamat, a que nos engendrou,
agora nos detesta; pôs em pé uma hoste de guerra, está enfurecida e
enche de ira. Contra os deuses, seus filhos, onze guerreiros partem a
seu lado; de entre eles, elevou ao Kingu, e o marcou no peito um
destino sem direito. Nenhum deus entre nós poderá sustentar-se frente
a sua malevolência, sua hoste pôs o medo em todos nós. Que Nibiru se
converta em nosso Vingador!
Que ele vença a Tiamat, que salve nossas vidas!
Para ele decretou uma sorte, que saia e siga em frente a nossa
poderosa inimizade!
Gaga partiu para An; prostrou-se ante ele e as palavras de Anshar
repetiu. An repetiu a Nibiru as palavras de seu predecessor, revelou-lhe
a mensagem de Gaga. Nibiru escutou maravilhado as palavras;
fascinado ouviu falar da mãe que devoraria a seus filhos.
Sem dizê-lo, seu coração já o tinha impulsionado a sair contra Tiamat.
Abriu a boca, e disse assim a An e a Gaga: Se para salvar suas vidas
tenho que vencer a Tiamat, convoquem os deuses em assembléia,
proclamem supremo meu destino! Que todos os deuses acordem em
conselho para me fazer o líder, submeter-se a meu mandato!
Quando Lahmu e Lahamu ouviram isto, gritaram angustiados: Estranha
era a demanda, não se pode compreender seu sentido!, disseram eles.
Os deuses que decretam as sortes consultaram entre si; Acessaram a
fazer de Nibiru seu vingador, para ele decretaram uma sorte exaltado; A
partir deste dia, inalteráveis serão seus mandatos!, disseram a ele.
Nenhum de entre nós os deuses transgredirão seus limites!
Vê, Nibiru, seja nosso Vingador!
Forjaram para ele uma volta principesca para que avançasse para
Tiamat; deram suas benções a Nibiru, e deram armas terríveis a Nibiru.
Anshar forjou três ventos mais de Nibiru: o Vento Maligno, o Torvelinho,
o Vento Sem Par.
Kishar encheu seu corpo com uma chama ardorosa, e uma rede para
envolver a Tiamat. Assim, preparado para a batalha, Nibiru pôs rumo
em direção a Tiamat.
Vem agora o relato da Batalha Celestial, e de como a Terra deveria ser,
e do destino de Nibiru.
O senhor saiu; estabelecido pelas sortes, seguiu seu rumo; a terrível
Tiamat encarou, com seus lábios pronunciou um conjuro.
Como manto de amparo, pôs em marcha o Pulsador e o Emissor; com
uma impressionante radiação foi coroada sua cabeça.
A sua direita, apostou no “Que Fere”; em sua esquerda, colocou o
“Repulsor”.
Os sete ventos, sua hoste de auxiliares, como uma tormenta enviou;
precipitou-se para a terrível Tiamat, com um clamor de batalha.
Os deuses formaram redemoinhos junto a ele, depois se separaram de
seu caminho, avançou sozinho para examinar a Tiamat e a seus
ajudantes, para fazer uma idéia dos planos de Kingu, o comandante de
sua hoste.
Quando viu o valente Kingu, lhe nublou a vista; enquanto olhava aos
monstros, lhe distraiu a direção, seu rumo se transtornou, seus atos se
confundiram.
O grupo de Tiamat a rodeava estreitamente, tremiam de terror.
Tiamat estremeceu suas raízes, um rugido poderoso emitiu; lançou um
feitiço sobre Nibiru, envolveu-o com seus encantos.
A sorte entre eles estava lançada, a batalha era inevitável!
Cara a cara se encontraram, Tiamat e Nibiru; avançavam um contra
outro aproximavam-se da batalha, procurando o singular combate.
O Senhor estendeu sua rede, para envolvê-la a lançou; Tiamat gritou
com fúria; como possuída, perdeu seus sentidos. O Vento Maligno, que
tinha estado atrás dele, a Nibiru adiantou, ante o rosto dela o soltou; ela
abriu a boca para tragar-se ao Vento Maligno, mas não pôde fechar os
lábios.
O Vento Maligno carregou contra seu ventre, abriu-se passo em suas
vísceras. Suas vísceras uivavam, seu corpo se dilatou, a boca lhe abriu.
Através da abertura, Nibiru disparou uma flecha brilhante, um
relâmpago divino.
A flecha lhe despedaçou as vísceras, fez-lhe pedaços o ventre; rasgou-lhe a matriz, partiu-lhe o coração.
Havendo-a submetido assim, ele extinguiu seu fôlego vital. Nibiru
contemplou o corpo sem vida, Tiamat era agora um cadáver
massacrado.
Junto à sua senhora sem vida, seus onze ajudantes tremiam de terror;
ficaram capturados na rede de Nibiru, incapazes como eram de fugir.
Kingu, a quem Tiamat fazia chefe de sua hoste, estava entre eles.
O Senhor lhe pôs grilhões, e a sua senhora sem vida o encadeou.
Arrebatou a Kingu as Tabuletas dos Destinos, que sem nenhum direito
lhe tinham dado, estampou-lhe seu próprio selo, sujeitou o Destino a
seu próprio peito. Ao resto do grupo de Tiamat os atou como cativos,
em sua própria volta os apanhou.
Pô-los sob seu pé, cortou-os em pedaços.
Atou-os a todos a sua volta; fez-lhes girar ao redor, com o rumo
investido. Depois, Nibiru partiu do Lugar da Batalha, anunciou a vitória
aos deuses que lhe tinham renomado. Deu a volta ao redor do Apsu,
para Kishar e Anshar viajou. Gaga saiu a lhe receber, e como arauto
para outros viajou depois além de An e Antu, Nibiru se encaminhou para
a Morada no Profundo.
Sobre a sorte da inerte Tiamat e do Kingu refletiu depois, a Tiamat, a
que tinha submetido, o Senhor Nibiru voltou mais tarde. encaminhou-se
para ela, deteve-se para ver seu corpo sem vida; esteve planejando em
seu coração dividir habilmente o monstro.
Depois, como um mexilhão, em duas partes a dividiu, separou o tronco
das partes inferiores.
Separou os canais internos dela, maravilhado contemplou suas veias
douradas. Pisando em sua parte posterior, o Senhor cortou
completamente a parte superior. O Vento Norte, seu ajudante, a seu
lado chamou, que se levasse a cabeça cerceada, ordenou-lhe ao Vento,
que a pusesse no vazio.
O Vento de Nibiru se abateu, pois, sobre Tiamat, varrendo suas
chorreantes água.
Nibiru disparou um raio, ao Vento Norte lhe deu um sinal; em um
resplendor, a parte superior de Tiamat foi levada a uma região
desconhecida.
Com ela, também foi exilado o encadeado Kingu, para que fora
companheiro da parte seccionada.
Depois, Nibiru refletiu sobre a sorte da parte posterior: queria que fosse
um troféu imperecível da batalha, um aviso constante nos céus, que
assinalasse o Lugar da Batalha.
Com sua maça, golpeou a parte posterior até fazê-la partes pequenas,
depois os enlaçou em uma banda até formar um Bracelete Esculpido,
entrelaçando-os, situou-os como guardiões, um Firmamento para dividir
as águas das águas.
As Águas Superiores por cima do Firmamento das Águas Inferiores
separou; assim forjou Nibiru suas hábeis obras.
Depois, o Senhor cruzou os céus para inspecionar as regiões; da zona
do Apsu até a morada de Gaga mediu as dimensões.
Deteve-se e vacilou; depois, retornou lentamente ao Firmamento, ao
Lugar da Batalha.
Passando de novo pela região do Apsu, na desaparecida esposa do
Sol, pensou com remorso.
Contemplou a metade ferida de Tiamat, prestou atenção à Parte
Superior; as águas de vida, generosas nela, das feridas seguiam
emanando, suas veias douradas refletiam os raios do Apsu. Da
Semente da Vida, do legado do Criador, lembrou-se então Nibiru.
Quando pôs seu pé sobre Tiamat, quando a partiu em pedaços, sem
dúvida repartiu a semente dela!
Nibiru se dirigiu ao Apsu, lhe dizendo assim: Com seus quentes raios,
dá saúde às feridas! Que à parte rota, nova vida lhe seja dada, que seja
em sua família como uma filha, que as águas em um lugar se reúnam,
que apareça terra firme! Por Terra firme que seja chamada, Ki será seu
nome a partir de agora! Apsu fez caso às palavras de Nibiru: Que a
Terra se una à minha família, Ki, Terra firme do Abaixo, que Terra seja
seu nome a partir de agora! Que, com seu giro, haja dia e haja noite;
nos dias, proverei-a com meus raios curadores!
Que Kingu seja uma criatura da noite, designarei-o para que brilhe na
noite companheira da Terra, para sempre Lua será! Nibiru escutou
satisfeito as palavras do Apsu. Nibiru cruzou os céus e inspecionou
as regiões, aos deuses que lhe tinham elevado concedeu posições
permanentes, destinou suas voltas para que nenhum transgredisse a de
outros nem ficasse curto.
Fortaleceu as eclusas celestes, pôs portas em ambos os lados. Uma
morada remota escolheu para si, além de Gaga estavam suas
dimensões.
Suplicou ao Apsu que decretasse para ele a grande volta como seu
destino. Todos os deuses levantaram sua voz desde suas posições:
Que a soberania de Nibiru seja sobressalente!
O mais radiante dos deuses é que seja na verdade o Filho do Sol!
Desde sua região, Apsu deu sua bênção: Nibiru manterá o cruzamento
de Céu e Terra; Cruzamento será seu nome!
Os deuses não cruzarão nem acima nem abaixo; Ele manterá a posição
central, será o pastor dos deuses.
Um Shar será sua volta; esse será seu Destino para sempre!
Vem agora o relato de como começaram os Tempos de Antigamente, e
da era que, nos Anais, foi conhecida pelo nome de Era Dourada, e
como foram as missões de Nibiru à Terra para obter ouro.
A fuga de Alalu desde Nibiru foi seu começo.
Alalu estava dotado de grande entendimento, muitos conhecimentos
tinha adquirido em sua aprendizagem. De seu antecessor Anshargal,
dos céus e das voltas tinha acumulado muitos conhecimentos, através
do Enshar, seus conhecimentos aumentaram grandemente; de tudo isso
aprendeu muito Alalu; com os sábios discutia, a eruditos e comandantes
consultava. Assim se determinaram os conhecimentos do Princípio,
assim possuiu Alalu estes conhecimentos. O ouro no Bracelete
Esculpido era a confirmação, o ouro no Bracelete Esculpido era o indício
de ouro na Parte Superior de Tiamat.
E ao planeta do ouro chegou Alalu vitoriosamente, com um choque
ensurdecedor de seu carro. Com um raio, explorou o lugar, para
descobrir seus arredores; seu carro descendeu em terra seca, ao fio de
amplas terras pantanosas aterrissou.
Ficou um casco de Águia, ficou um traje de Peixe.
Abriu a portinhola do carro; ante a portinhola aberta se deteve com
assombro.
Escuro era o chão, azul-branco eram os céus; não havia sons, ninguém
que lhe oferecesse as boas-vindas.
Estava sozinho em um planeta estranho, possivelmente exilado para
sempre de Nibiru!
Baixou a terra, sobre o escuro estou acostumado a pôr o pé; havia
colinas na distância; nas cercanias, havia muita vegetação.
Ante ele, havia terras pantanosas, nelas se introduziu; com o frio de
suas águas se estremeceu.
Voltou para chão seco; estava sozinho em um planeta estranho! Viu-se
possuído por seus pensamentos, esposa e descendentes com nostalgia
recordava; estaria exilado de Nibiru para sempre? Perguntava-se isto
uma e outra vez.
Não demorou para voltar para o carro, com alimento e bebida para
manter-se. Depois, venceu-lhe um profundo sonho, uma poderosa
vontade de dormir. Quanto tempo esteve dormindo, não podia recordá-lo; tampouco podia dizer o que o tinha despertado.
Fora havia muito resplendor, um resplendor nunca visto em Nibiru.
Estendeu um pau do carro; com um Provador estava equipado. O
Provador respirou o ar do planeta; indicou sua compatibilidade! Abriu a
portinhola do carro, com a portinhola aberta tomou ar. Outra vez tomou
ar, e outra e outra; certamente, o ar de Ki era compatível!
Alalu aplaudiu, ficou a cantar uma alegre canção. Sem o casco de
Águia, sem o traje de Peixe, baixou até o chão. O resplendor do exterior
cegava; os raios do Sol o afligiam! Voltou para o carro, colocou
uma máscara para os olhos. Tomou a arma portátil, agarrou o prático
Tomador de Amostras. Baixou à terra, sobre o escuro estou
acostumado a pôs o pé. Encaminhou-se para os atoleiros; escuras e
esverdeadas eram as águas. Na margem do pântano havia calhaus;
Alalu tomou um calhau, jogou-o no pântano.
Seus olhos vislumbraram um movimento no pântano: as águas estavam
cheias de peixes!
Introduziu o Tomador de Amostras no pântano, para considerar as
turvas águas; a água não era adequada para beber, descobriu Alalu
muito decepcionado. afastou-se dos pântanos, e foi em direção às
colinas. Passou através da vegetação; os arbustos davam passo às
árvores.
O lugar era como uma horta, as árvores estavam carregadas de frutos.
Seduzido por seu doce aroma, Alalu tomou uma fruta; a pôs na boca.
Se doce era seu aroma, mais doce era seu sabor! Alalu se deleitou
enormemente.
Alalu caminhava evitando os raios do Sol, dirigindo-se para as colinas.
Entre as árvores, sentiu umidade sob seus pés, um sinal de águas
próximas.
Pôs rumo em direção à umidade; na metade do bosque havia um lago,
uma lacuna de águas silenciosas.
Inundou o Tomador de Amostras na lacuna, a água era boa para beber!
Alalu riu; uma risada sem fim fez presa nele.
O ar era bom, a água era apta para beber; havia fruta, havia peixes!
Entusiasmado, Alalu se agachou, juntou as mãos fazendo uma terrina,
levou água até sua boca.
A água tinha frescura, um sabor diferente da água de Nibiru.
Bebeu uma vez mais e logo, assustado, deu um salto: podia escutar um
resmungo; um corpo se deslizava pela borda da lacuna!
Aferrou a arma portátil, dirigiu uma rajada de seu raio para o que
assobiava.
O que se movia se deteve, o assobio terminou.
Alalu se adiantou para examinar o perigo.
O corpo que se deslizava estava imóvel; a criatura estava morta, uma
visão da mais estranha: seu comprido corpo era como uma corda, sem
mãos nem pés era o corpo; havia olhos ferozes em sua pequena
cabeça, fora da boca pendurava uma larga língua.
Algo que nunca antes tinha visto em Nibiru, uma criatura de outro
mundo!
Seria o guardião da horta? Meditou Alalu para si mesmo. Seria o dono
da água? Perguntou-se.
Pôs água em um recipiente que levava; muito alerta, empreendeu o
caminho até seu carro.
Também tomou as frutas doces; para o carro se encaminhou.
A brilhantismo dos raios do Sol tinha diminuído enormemente; era
escuro quando chegou ao carro.
Alalu refletiu sobre a brevidade do dia, sua brevidade lhe surpreendeu.
Sobre os pântanos, uma fria luminosidade se elevava no horizonte.
Não demorou para elevar-se nos céus uma esfera esbranquiçada:
Kingu, o companheiro da Terra, estava contemplando.
O que nos relatos do Princípio, seus olhos podiam ver agora a verdade:
os planetas e suas voltas, o Bracelete Esculpido, Ki, a Terra, Kingu, sua
lua, todos foram criados, todos por seus nomes chamados!
Em seu coração, Alalu conhecia uma verdade mais que era necessário
contemplar: o ouro, o meio para a salvação, era necessário encontrá-lo.
Se havia verdade nos relatos do Princípio, se foram as águas as que
lavaram as veias douradas de Tiamat, nas águas de Ki, sua metade
cerceada, encontraria-se o ouro!
Com mãos vacilantes, Alalu desmontou o Provador do pau do carro.
Com mãos trementes, vestiu o traje de Peixe, esperando ansioso a
rápida chegada da luz diurna.
Ao nascer o dia, saiu do carro, aos pântanos rapidamente se
encaminhou.
Introduziu-se em águas mais profundas, inundou o Provador nas águas.
Ansioso observava sua iluminada face, o coração lhe golpeava no peito.
O Provador indicava os conteúdos da água, com símbolos e números
desvelava seus achados.
E, depois, o batimento do coração de Alalu se deteve: Há ouro nas
águas, estava dizendo o Provador!
Instável sobre suas pernas, Alalu se adiantou, dirigiu-se para o mais
profundo do pântano.
Uma vez mais, inundou o Provador nas águas; uma vez mais, o
Provador anunciou ouro!
Um grito, um grito de triunfo, da garganta do Alalu emanou: a sorte de
Nibiru estava agora em suas mãos!
De volta ao carro se dirigiu, tirou o traje de Peixe, ocupou o assento do
comandante.
Animou as Tabuletas dos Destinos que conhecem todas as voltas, para
encontrar a direção para a volta de Nibiru.
Levantou o Falador de Palavras, para levar as palavras a Nibiru.
Depois, para Nibiru pronunciou as palavras, dizendo assim: As palavras
do grande Alalu para Anu em Nibiru se dirigem. Em outro mundo estou,
encontrei o ouro da salvação; a sorte de Nibiru está em minhas mãos;
deve escutar minhas condições!
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